domingo, 21 de agosto de 2016

O BRASIL QUE NÃO SE VIU NA CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO DAS OLIMPÍADAS

A cerimônia de encerramento das Olimpíadas do Rio de Janeiro foi tão linda quanto a de abertura. Foi emocionante, bonita, divertida. Mas, como escreveu Léo Cunha, vivemos uma epidemia de "docontrismo" e assim, tudo e nada é
razão para reclamação, pois afinal, como disse o Léo, a "docontrice é uma síndrome sem ideologia". Logo que encerrou a cerimônia foi um "chororô" gaudério nas redes socias, um mar de gente indignada, não se sentindo representada, porque o folclore gaúcho não fez parte de nenhuma das duas cerimônias. Fico aqui pensando no modo como os gaúchos olham para sua história, para seus índios e o quanto são capazes de os considerarem parte de suas raízes de fato. Nas lendas folclóricas lá estão os indígenas narrando, entre outras, a lenda da erva mate, mas quando um canto Guarani é cantado no encerramento das Olimpíadas, isso não nos representa?
Acho tão estranho essa necessidade de precisar ver uma prenda e um peão pilchados dançando o pézinho para que os gaúchos possam se sentir representados. Enquanto gaúcha, me sinto representada na renda de bilros e no canto guarani, me sinto representada quando cantam "Olê, mulher Rendeira / Olê mulher rendá / tu me ensina a fazer renda / que eu te ensino a namorar". E também me sinto representada nas canções do Luiz Gonzaga, do Pixinguinha, da Carmen Miranda, porque sou tão gaúcha quanto brasileira. Como tão bem escreveu minha amiga Luciana Savaget, "o que caracteriza o Brasil não é a diversidade é a unicidade. Falamos todos a mesma língua, de norte a sul".

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