quinta-feira, 17 de outubro de 2013

BAILEI NA CURVA E OUTRAS HISTÓRIAS

Trinta anos atrás eu era uma pirralhinha cheia de sonhos, que morava numa quase ilha (já que a ponte sobre o rio Jacuí só foi uma realidade muitos anos depois). Aquela menina aproveitou tudo o que tinha direito quando era pequena, mas também foi influenciada pelos amigos mais velhos e por causa deles foi se apaixonando pelo que era produzido culturalmente aqui no Rio Grande do Sul. Como eu tinha apenas 12 anos (quase 12), morava “longe” de Porto Alegre (é impressionante como uma ponte pode mudar os conceitos de longe e perto) e meus pais não tinham uma condição financeira que favorecesse a realização de certos sonhos naquele momento, quase toda cena cultural do estado eu vi crescer e aparecer pela tela da TV, através de diferentes programas, mas em especial por um programa chamado “Pra começo de conversa”, produzido pela TVE. Naquele período surgiu na cena cultural de Porto Alegre uma peça de teatro que não revolucionou apenas a cena, revolucionou a vida de uma geração (e depois de outra e de outra e de outra). A peça se chamava “Bailei na Curva”. Eu não pude ver, era pequena, morava no interior, não era viável naquele momento. Mas quando algo é muito desejado, pode virar realidade. Anos depois a trupe que montou o espetáculo pela primeira vez, se reuniu para celebrar os 10 anos da peça. Eu esperei 10 anos da minha vida, dos 12 aos 22, para concretizar o sonho de ver o “Bailei”. Poderia ter desistido, mas sonhos são para ser sonhados, não é mesmo?!! Assim, no aniversário de 10 anos eu pude vê-los em cena. A emoção daquele momento é indizível, não é possível descrevê-la em palavras porque, de fato, era a realização de um sonho ímpar. Depois vi outras montagens e em todas me emocionei profundamente cena a cena e me destroço quando ouço “Horizontes”. O Bailei, e muito do que essa trupe produziu, foi determinante na formação da pessoa que sou. As realizações daquelas pessoas foram (e continuam a ser) fundamentais (acho que essa é a palavra certa) para a minha vida. Tenho uma dívida de gratidão, por terem me feito acreditar nos sonhos. Nunca vou poder pagar essa dívida, mas vou amá-los para sempre!!! Lá se vão trinta anos e hoje estreia uma nova montagem para celebrar o aniversário da peça. Maior emoção, mesmo que de longe, como da primeira vez. Vou sempre estar na torcida por esses “musos” que me inspiram sempre e continuam a me fazer acreditar nos sonhos. obrigada por ampliarem meus sentidos, por me inspirarem, por me fazerem sempre retomar os sonhos!! Uma gratidão sem fim pelo que são!!
 

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